Resumo
Este artigo tem como objetivo abordar um aspecto específico da obra de Rodolfo Lenz durante os primeiros anos de sua atuação no Chile: o papel do informante na construção do objeto de investigação, inicialmente o espanhol chileno e, posteriormente, o mapudungun. Na figura do informante e na descrição de suas interações com o especialista, é possível identificar um aspecto fundamental do papel do discurso especializado na construção discursiva do artefato político denominado "língua". Esse processo se manifesta por meio de uma dinâmica entre autoridade e direito epistêmico, ou entre o capital simbólico do linguista profissional e a autenticidade do falante nativo. As contradições inerentes à colonialidade do saber antropológico e linguístico, que encontraram em Lenz um representante notável e adequado, podem ser observadas por meio da caracterização dos diferentes informantes com os quais ele trabalhou, das especificidades de suas contribuições, dos métodos empregados para a obtenção de seus testemunhos e das distinções estabelecidas entre eles.

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